Há cerca de dois meses um crime de homofobia chocou Camaçarí. Dois irmãos gêmeos, confundidos como um casal homossexual, foram espancados por um grupo de jovens, levando um deles à morte. Agora, faltando 4 dias para o dia visibilidade lésbica, mais um bárbaro crime de homofobia novamente acontece em Camaçari, quando duas jovens são assassinadas a tiros.
Não há como não fazer relação entre o recuo nas políticas de combate à homofobia e o crescimento da homofobia em diversos níveis e graus em todo país. No último período vimos o veto ao kit anti-homofobia nas escolas pelo governo Dilma e o engavetamento do PL 122 que criminaliza a homofobia – medidas que ajudariam no combate à homofobia e que não são levadas adiante pelos governantes, enquanto os assuntos de interesse do grande capital são tratados com prioridade. Os casos de homofobia crescem nas cidades a cada dia e evidenciam também o peso que o fator social e racial tem para o aumento destes números.
A questão da opressão, que se apresenta em vários níveis como na questão racial, de gênero e de orientação sexual muitas vezes se combinam nos casos mais tristes de crime de ódio. O componente social também se faz presente, visto que na maioria dos casos essas vitimas da opressão são da classe trabalhadora, explorados pelo sistema capitalista que se aproveita dessas diferenças para explorar ainda mais. Os gays e lésbicas que hoje são assassinados na maioria das vezes são negros, negras e pobres. Por serem os negros, negras e pobres os que mais sofrem com esta realidade pouco ou quase nada é feito. Não à toa são 165 homicídios vinculados à homofobia só no primeiro semestre no país sendo 15 destes na Bahia. Não vemos uma ação enérgica dos governantes em combater a homofobia, criminalizá-la e punir os culpados.
Os governos Dilma,Wagner e Caetano nada fizeram para diminuir o numero de homicídios em relação a homofobia. Ao contrário, ao se aliarem aos setores reacionários e homofóbicos no plano federal, estadual e municipal, acabam por fortalecer estas posições.
Neste ano eleitoral muitos partidos e candidatos que não tem nenhum compromisso com a causa LGBT, estarão nas paradas gays, atividades importantes, mas que assumem cada vez mais um tom carnavalesco e despolitizado. Estes candidatos posarão como os defensores da luta LGBT, mas quando passam as eleições nada fazem para que haja avanço nas políticas contra a homofobia e pelo respeito à diversidade sexual.
Nós, do PSTU, chamamos os movimentos LGBTS DE CAMAÇARI, SALVADOR E DO ESTADO DA BAHIA a nos mobilizarmos em defesa da criminalização da homofobia, exigindo uma posição clara dos governantes das três instâncias e punição para os culpados por estes crimes.
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