sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Portugueses na Suíça: Crise e Exploração


O deputado socialista Paulo Pisco alertou para a existência na Suíça de redes de exploração de emigrantes portugueses, apelando à cooperação das autoridades dos dois países para combater um fenómeno que a crise económica agudizou.

"Há aqui [na Suíça] redes de portugueses que estão a explorar outros portugueses. São pessoas que fazem recrutamentos em Portugal e colocam os portugueses a trabalhar aqui. Prometem casa e salário e, passado pouco tempo, rompem os contratos e ficam com o dinheiro", disse Paulo Pisco.

O deputado socialista eleito pelo círculo da Europa falava à agência Lusa, por telefone, a partir da Suíça, onde se deslocou para contactos com a comunidade.
"As pessoas acabam por ficar desamparadas e recorrem às organizações da Igreja para tentar algum apoio", disse Paulo Pisco, adiantando que, apesar de a situação ser conhecida na comunidade, as vítimas recusam- se a denunciar os exploradores às autoridades por receio de represálias. Paulo Pisco adiantou que, embora não seja nova, esta situação tem vindo a agudizar-se com a crise e considerou importante a cooperação das autoridades dos dois países nesta matéria.

"É um problema que se está a agudizar porque o afluxo de portugueses é maior nos últimos tempos", disse. Paulo Pisco adiantou ainda que dos contatos com associações e com a Missão Católica Portuguesa na Suíça, "ficou bem parente que não há concertação entre o consulado e as instituições locais suíças".
"É importante que as autoridades portuguesas se concertem com as autoridades suíças e com as instituições que estão no terreno para investigarem e tentarem acabar com as redes que estão a explorar portugueses", sublinhou.

Sobre a questão do ensino de português na Suíça, onde a cessação dos contratos de 20 professores em janeiro deixou várias centenas de alunos sem aulas, o deputado lamentou o facto de a coordenadora de ensino no país se ter recusado a fornecer informações sobre o assunto. Paulo Pisco disse ainda que sentiu da parte da comunidade portuguesa "uma grande indignação e revolta" relativamente à saída dos 20 professores.

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