O
Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos)
apresentou na manhã desta quinta-feira o balanço das campanhas salariais do
primeiro semestre deste ano. A pesquisa aponta que 96,5% das 370 categorias
analisadas obtiveram reajuste salarial com aumento real de salário baseado no
INPC-IBGE (Índice Nacional de Preços ao Consumidor medido pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística).
Os
reajustes tiveram em média ganho real de 2,23% acima do INPC-IBGE. Em
comparação a 2011 e 2010, o aumento real médio de salários foi de 1,31% e de
1,50% respectivamente. O instituto chamou a atenção para que esse desempenho é
o melhor desde 1996, quando a pesquisa começou a ser praticada.
A
categoria que conquistou maior reajuste foi a da construção e mobiliário, que
atingiu ganho real de 3,27%. O Dieese apontou ainda que não houve categorias
com perdas salariais. Apenas duas no setor serviços (0,5% das avaliadas)
tiveram reajustes salariais sem aumento real.
Segundo
o coordenador de relações sindicais do instituto, José Silvestre Prado de
Oliveira, quem apresentou o balanço, esse resultado se deve a alguns fatores,
entre eles, ao crescimento econômico no país, ao desempenho das vendas, à
ampliação do mercado de trabalho e à ação sindical.
O
membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o
Mancha, que participou da atividade, apontou que as ações sindicais foram
fundamentais. “Um exemplo é o fato do setor da construção ser o que conquistou
maior aumento real, não nos esqueçamos que tivemos uma onda radicalizada de
greves em Belo Monte, nas obras do PAC, em Suape (PE) e na construção civil e
algumas cidades do norte e nordeste”, lembrou. A radicalidade das
mobilizações dessa categoria levou o governo a convocar uma mesa nacional de
negociações.
Mancha
ressaltou que o resultado das campanhas do primeiro semestre devem impulsionar
campanhas salariais fortes de grandes categorias que entram na luta neste
semestre. Entre elas bancários, petroleiros, metalúrgicos, químicos,
trabalhadores dos Correios e outras. “Essas categorias entram na luta cobrando
dos empresários seus aumentos, pois os resultados primeiro semestre provam que
é possível concedê-los”, disse.
O
membro da CSP-Conlutas chamou atenção ainda para que se as empresas estão
concedendo esses aumentos é porque estão lucrando muito. “Além das vendas, é
preciso lembrar que desde 2008, o governo já concedeu R$ 26 bilhões em isenções
fiscais e a maior parte desse dinheiro não ficou no Brasil, foi para as mãos
das matrizes que vivem em países em crise econômica”, reforçou.
O
coordenador do Dieese comentou ainda que apesar do aumento no ganho real, as
empresas vêm ganhando muito mais em produtividade.
Os
segmentos que compõem a análise do instituo são a indústria, comércio e
serviços.
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