Não há volta a dar: a maior manifestação desde o 1º de Maio de 1974 não quer mais a troika nem o governo de Pedro Passos Coelho a chefiar os destinos do país. “Fora, fora, fora já daqui, a fome, a miséria e o FMI”; “Está na hora, está na hora de o governo ir embora”; “Troika não, troika não, troika não”; “Gatunos”; “Portugal”; e apelos à unidade da esquerda foram algumas das palavras de ordem gritadas por centenas de milhares de pessoas, de jovens a reformados, trabalhadores, desempregados, estudantes e pequenos empresários, famílias inteiras, em 40 cidades do país. Muitas pessoas disseram que esta foi a primeira manifestação em que participaram.
“Foi o enterro mais animado que eu já vi”, ironizou um jovem durante a manif em Lisboa, referindo-se ao “defunto” governo de Passos Coelho. Em Lisboa, havia ainda mais gente nas ruas do que no 12 de Março do ano passado, na manif da Geração à Rasca, quando ficou claro que o governo de José Sócrates/PS não teria mais condições políticas de continuar a governar. No Porto, segundo o Jornal de Notícias, o protesto juntou mais de 100 mil pessoas; em Braga, cerca de 5 mil (Diário de Notícias); em Coimbra, cerca de 20 mil pessoas, segundo a PSP; em Viseu, cerca de mil; em Setúbal, cerca de 4 mil. Em todas as cidades, muitos cartazes diziam “Passos emigra”, “Passos Rua” ou “Coelho vai para a toca”.
Em Lisboa, a manif percorreu várias avenidas do ponto de concentração, na praça José Fontana, até a Praça de Espanha, onde os organizadores propuseram a realização de uma greve geral popular - em que todo o país parasse, e não apenas os trabalhadores contratados – e uma concentração na próxima sexta-feira, dia 21 de setembro, às 18 horas, em frente do Palácio de Belém, durante a reunião do presidente da República, Cavaco Silva, com o Conselho de Estado. Mas a manif não terminou na Praça de Espanha. Espontaneamente, dezenas de milhares de manifestantes dirigiram-se para a Assembleia da República para continuar o protesto.
Esta grandiosa manifestação demonstrou de forma categórica que a paciência do povo se esgotou e que uma nova situação política se abriu no país. Agora é necessário canalizar esse ódio e vontade de lutar para organizar a população nos locais de trabalho e nos bairros; fazer uma forte greve geral que pare o país; e novas mobilizações de rua até que as medidas de austeridade sejam anuladas e o governo e a troika, forçados a ir embora.
Fonte: http://www.mas.org.pt
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