quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Há desgastes que poderiam ser evitados: Maria das Graças Foster e os contratos com a Petrobrás


Empresa C. Foster tem "ligações perigosas" com Petrobras


Ter, 24 de Janeiro de 2012


Deu na coluna de Cláudio Humberto:

"Até o jornal Financial Times estranhou ontem a “desatenção” da imprensa com a substituição de Sérgio Gabrielli por Maria das Graças Foster na presidência da Petrobras. Ela era diretora de Gás e Energia" 

O jornal americano está mais atento do que a imprensa brasileira, ao lembrar que a empresa do marido da futura presidente da empresa tem "ligações perigosas" com a Petrobras. Afinal, em 2004, o então ministro José Dirceu (Casa Civil) pediu explicações à colega Dilma Rousseff, que ocupava as Minas e Energia, sobre denúncia de que a empresa de Foster - a C. Foster -, tinha 20 contratos sem licitação com a estatal.

A empresa do marido da futura presidente da Petrobrás atua nos segmentos de tecnologia e telecomunicações




Financial Times, 24 de janeiro de 2012 

Por Joe Leahy, em São Paulo e Jonathan Wheatley, em Londres


Colin Vaughan Foster, marido de Maria das Graças Foster, que está prestes a se tornar segunda mulher mais poderosa do Brasil depois da presidenta Dilma Rousseff, expressou sua satisfação com o anúncio na segunda-feira da nomeação iminente de sua esposa no próximo mês como Presidenta da Petrobras.

"Notícia fantástica sobre Graça. Ela realmente é a pessoa certa para o trabalho ", disse o Sr. Foster por e-mail quando contactado pelo Financial Times.

Em meio a todas as especulações no Brasil sobre uma troca de liderança da Petrobras um detalhe tem sido surpreendente esquecido - os negócios anteriores do Sr. Foster com o grupo petrolífero controlado pelo governo.

Um dos principais membros da Sociedade Britânica e da Commonwealth no Rio de Janeiro, ele é presidente da C. Foster, uma empresa que oferece sistemas de telecomunicações e outros sistemas eletrônicos para a indústria offshore de petróleo e gás, entre outros.

A imprensa brasileira noticiou em novembro de 2010 que C.Foster tinha 43 contratos com a Petrobras - de qual Maria das Graças era então diretora de gás e energia - no valor de R $ 614,000 (U$ 350,000). A Petrobras confirmou que os contratos existiam em resposta às reportagens.

David Fleischer, cientista político da Universidade de Brasília, chamou a atenção para o vínculo conjugal entre a Petrobras e seu fornecedor em uma nota nesta segunda-feira. No entanto, apesar do interesse da mídia sobre o assunto no final de 2010 - quando Dilma Rousseff, conhecida de longa data de Maria das Graças, ainda iria assumir a presidência do Brasil - a imprensa brasileira parece estar prestando atenção desta vez.

O Sr. Foster ainda na segunda-feira não quis comentar nada além de: ". Nós não trabalhamos para a Petrobras ou qualquer de suas subsidiárias"




Petrobras tem 43 contratos com marido de ministeriável


Folha de São Paulo(14/11/2010)

A empresa do marido de Maria das Graças Foster, nome forte para o primeiro escalão do governo Dilma Rousseff, multiplicou os contratos com a Petrobras a partir de 2007, ano em que a engenheira ganhou cargo de direção na estatal, informa a reportagem de Fernanda Odilla, publicada na edição deste domingo da Folha.

Nos últimos três anos, a C.Foster, de propriedade de Colin Vaughan Foster, assinou 42 contratos, sendo 20 sem licitação, para fornecer componentes eletrônicos para áreas de tecnologia, exploração e produção a diferentes unidades da estatal.

Entre 2005 e 2007, apenas um processo de compra (sem licitação) havia sido feito com a empresa do marido de Graça, segundo a Petrobras. A C.Foster, que já vendeu R$ 614 mil em equipamentos para a Petrobras, começou na década de 1980 com foco no setor de óleo e gás, área hoje sob a responsabilidade de Graça Foster.

Funcionária de carreira da Petrobras, Graça é cotada para um cargo no primeiro escalão do governo dilmista, como a presidência da Petrobras, a Casa Civil, a Secretaria-Geral da Presidência ou outro posto próximo da presidente eleita, de quem ganhou confiança.

OUTRO LADO

A Petrobras nega ter beneficiado a empresa do marido da diretora de Gás e Energia, Maria das Graças Foster. Informou, por meio da assessoria, que a engenheira não assinou nenhum processo de compra nem participou da contratação da C.Foster.
Procurada , a C.Foster não retornou às ligações da Folha nem respondeu o e-mail enviado pela reportagem.
Segundo a Petrobras, autoridades estão proibidas de contratar sem licitação empresas de parentes na área sob suas responsabilidades.

Agência poupa marido de ministeriável de punição


Folha de São Paulo(24/11/2010)

A empresa do marido de Maria das Graças Foster, diretora da Petrobras e nome cotado para o primeiro escalão do governo Dilma Rousseff, deixou de cumprir contrato com a ANP (Agência Nacional do Petróleo) e foi poupada de punição, informa reportagem de Fernanda Odilla, publicada nesta quarta-feira pela Folha.

Mesmo depois de constatar que a C. Foster descumpriu o plano de trabalho inicial para explorar petróleo em Sergipe, a ANP isentou a empresa de punições, justificando que houve "fornecimento tardio" de informações pela Petrobras.

A decisão da ANP foi tomada em novembro de 2007, dois meses depois de Graça, como Maria das Graças Foster é conhecida, assumir diretoria de Gás e Energia da Petrobras.
Na resolução em que poupou a empresa, a ANP diz que a Petrobras forneceu com atraso "informação relevante e restrições ambientais" para a exploração.

De propriedade de Colin Foster, a C. Foster venceu leilão, em 2005, e assinou contrato com a ANP para explorar uma área inativa na Cidade de Pirambu (SE).

Segundo a Petrobras, as informações com os detalhes da área foram encaminhadas à ANP em abril de 2006, 26 dias depois de a agência ter feito a solicitação.

OUTRO LADO

A ANP e a Petrobras negam que a C. Foster tenha sido beneficiada. A ANP, por meio da assessoria de imprensa, disse que a C. Foster teve seu contrato de concessão cancelado, em 2007, "sem qualquer tipo de ônus" pois comprovou que a exploração de áreas inativas era inviável tecnicamente.

A C. Foster não respondeu ao e-mail da Folha nem retornou a ligação para falar sobre a decisão da ANP. A Petrobras afirmou, também por meio da assessoria, que a diretora "não teve e não tem participação em decisão de processo de concessão pela ANP ou de interferência nas informações fornecidas pela Petrobras".

Sobre a área em SE que a C. Foster desistiu de explorar, a estatal disse que as informações são de 1970 e que foram fornecidas em 1998, como previa a Lei do Petróleo, e em abril de 2006, 26 dias após a ANP as ter solicitado.





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