sábado, 24 de março de 2012

Petrobrás: Aos poucos cai a máscara da "Responsabilidade Social"

A Petrobrás diz que tem responsabilidade social. Você acredita?

A Petrobrás até hoje não reconheceu nenhuma doença ocupacional. Doença ocupacional é aquela adquirida no ambiente de trabalho. E os petroleiros sabem que muito de nós trabalhamos expostos ao benzeno e aos mais diversos gases.

Petroleiros morrem das mais diversas doenças, algumas delas, adquirida durante a vida laboral e que se manifestam anos depois. Fica a dúvida no ar.

Mas queremos falar de companheiras que, na ativa, adquirem doenças graves e raras, de tratamentos delicados que exigem especialistas e medicamentos muitos caros. 

Como a Petrobrás, de forma truculenta, não reconhece a doença ocupacional, obriga o funcionário a se tratar através da AMS. O que é inviável economicamente, pois os nossos salários são insuficientes para cobrir esse tipo de tratamento. Como exemplo, citamos o tratamento da Aids que é totalmente coberto pela rede pública. 

Pior que não reconhecer a doença a direção da Petrobrás demitiu em 09/11/2009, por justa causa por abandono de emprego uma trabalhadora afastada por motivo de doença, a funcionária Edilene Farias – Leninha, que ingressou na Relam aos 20 anos e aos 22 anos de idade foi presidente da Cipa.

Relato de Leninha: “Funcionária concursada da Petrobras por 22 anos, fui demitida sumariamente por perseguição política, em retaliação ao meu trabalho na defesa da vida dos trabalhadores diretos e terceirizados, da maneira mais ilegal possível, vejam só: tinha acabado de comprovar a contaminação por gás sulfídrico (gás presente em abundância no meu local de trabalho) através de exame realizado por Hematologista/Patologista, que relatou e ilustrou com uma fotografia de lâmina de análise patológica os cristais de sulfetos metálicos presentes em meu organismo e associou as dores inadministráveis que eu sentia, recomendando repouso em leito até que o tratamento indicado fosse realizado. Esse relatório foi entregue e protocolizado diretamente com um médico do trabalho da Petrobras”.

Podemos acusar a direção da Petrobrás de tudo, menos de incoerente: a atitude que a companhia tomou na Bahia foi semelhante com o tratamento dado a técnica química, Ana Paula Aramuni da Transpetro, Cabiúnas em Macaé-RJ. Veja o relato da companheira: “A perseguição se deve ao fato de eu ter defendido o direito dos trabalhadores, principalmente nas questões de segurança e saúde, já que são muitos os casos de acidentes e adoecimentos, principalmente com terceirizados”, afirma a técnica.

Ana Paula foi duas vezes representante eleita da Cipa e já oficializou denúncia na Procuradoria Regional do Trabalho em Cabo Frio e a Policia Civil, já que foi ameaçada de morte por escrito, e também comunicou ao Sindipetro-NF de tudo. A companheira foi suspensa por cinco dias.

Além disso, “Foi aberto um processo administrativo de investigação instalado pela DIP Transpetro/Pres/RH emitida pela presidência da Transpetro, não para verificar a veracidade de minhas denúncias, mas para me punir por ter feito a mesma sem o consentimento dos citados. Digo que o consentimento me foi dado quando eu representava esses trabalhadores na Cipa e levei a situação em que sofriam para a plenária”.

As funcionárias foram punidas por denúncias feitas enquanto representantes eleitas da Cipa em relação principalmente aos trabalhadores terceirizados, que são as maiores vitimas de acidente dentro da Petrobrás, principalmente fatais. Com a palavra a presidenta do Brasil Dilma Russef e da Petrobrás Maria das Graças Foster: esse é o procedimento padrão da Petrobrás com as mulheres militantes das causas trabalhista.

Diante desses fatos você acredita que a direção da Petrobrás tem responsabilidade social?

OBS.: O advogado contratado pelo Sindipetro-RJ Aderson Bussinger vai protocolar, a pedido do Sindipetro-RJ, a denúncia das duas funcionárias, agora no inicio de abril, na Organização Internacional do Trabalho - OIT. Aderson vai a Genebra a convite da OAP - Ordem dos Advogados de Portugal. Este documento foi lido na assembléia do Conselho de Administração no dia 19 de março e consta na ata.

Editorial do Surgente.
Rio, 23 de março de 2012.
Sindipetro-RJ 

A Petrobrás está sendo destruída por seus atuais gestores e em todos os níveis hierárquicos. A única responsabilidade social é a do Marketing, fora isso seus trabalhadores, próprios ou contratados, estão à mercê do poder judiciário. Demorou muito, mas está começando a "cair a ficha".  

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