O Movimento
Negro Quilombo Raça e Classe, entidade filiada a CSP Conlutas
vem declarar total apoio a luta dos irmãos e irmãs do Quilombo Rio dos Macacos,
na Bahia, que nesse momento encontram-se sitiados em seu próprio território
pelas forças repressivas da Marinha do Brasil que ameaçam invadir o território
a qualquer momento. Os
quilombos são “paginas viva” do que tem de mais importante da História do
Brasil e dos afros descendentes. Representam, acima de tudo, a resistência do
povo negro ao maior crime da história da humanidade que foi a escravidão.
Os ataques ao Quilombo Rio dos Macacos
se enquadram na política mais geral de limpeza étnica levado a cabo pela burguesia
e pelos diversos governos desse país para atender interesses que não os dos
trabalhadores e do povo negro. O governo Dilma não pode usar os mesmos
expedientes que usou o governo de Geraldo Alckmin no massacre de Pinheirinho. Em São Paulo foi o PSDB que
passou por cima de uma decisão do governo federal, desta vez a responsabilidade
é do próprio governo Dilma de garantir que o acordo firmado na reunião do dia
27 de fevereiro, realizada dentro da comunidade com representantes do próprio
governo, parlamentares e movimentos sociais em que o governo federal, de em
suspensão da ação de despejo por cinco meses, seja respeitado.
A Marinha do Brasil não pode
invadir o Quilombo dos Macacos sem a anuência da chefa maior das forças armadas
brasileiras que é a própria presidenta. O governo do PT não pode dar
prosseguimento a política que as oligarquias agrárias tem empreendido em nosso
país desde o início do processo de colonização/escravidão quando enquadravam os
quilombos como organização de ameaça a ordem estabelecida.
A Fundação Palmares e o INCRA até o
momento não fizeram nada de efetivo para impedir os ataques a dignidade humana
que Marinha do Brasil vem desde a década de 1970 praticando contra o os
moradores do Quilombo do Rio dos Macacos que estão impedidos de pescar, plantar
e até de receber alimentos doados por outras organizações sociais. Não basta
ter secretárias como acessório simbólico de políticas raciais, já que em sua
essência só tem contribuído para mascarar a política de limpeza étnica dos
governos. Dados de agosto de 2010 divulgados pela Comissão Pró-Índio de São
Paulo apontam que em oito anos de governo do PT foram tituladas apenas oito
terras de quilombos, num total de 2.847 existentes. Uma por ano.
Não é mais possível considerar como
aliado um governo que ataca direitos históricos, políticos e sociais do povo
negro e da classe trabalhadora de maneira geral. Fazemos um chamamento a todos os
movimentos sociais deste país para engrossar as fileiras de luta em defesa do
Quilombo Rio dos Macacos.
Nesse momento é preciso que a história
dos Malês e de todos os quilombolas deste país seja resgatada com exemplo de
ousadia e luta contra a exploração e a opressão. Contra mais esse crime contra
o povo negro, Somos Todos Quilombo do Rio dos Macacos.
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