quinta-feira, 8 de março de 2012

Rio dos Macacos - Marinha ameaça repetir Pinheirinho


O Movimento Negro Quilombo Raça e Classe, entidade filiada a CSP Conlutas vem declarar total apoio a luta dos irmãos e irmãs do Quilombo Rio dos Macacos, na Bahia, que nesse momento encontram-se sitiados em seu próprio território pelas forças repressivas da Marinha do Brasil que ameaçam invadir o território a qualquer momento.  Os quilombos são “paginas viva” do que tem de mais importante da História do Brasil e dos afros descendentes. Representam, acima de tudo, a resistência do povo negro ao maior crime da história da humanidade que foi a escravidão.

                 Os ataques ao Quilombo Rio dos Macacos se enquadram na política mais geral de limpeza étnica levado a cabo pela burguesia e pelos diversos governos desse país para atender interesses que não os dos trabalhadores e do povo negro. O governo Dilma não pode usar os mesmos expedientes que usou o governo de Geraldo Alckmin no massacre de Pinheirinho. Em São Paulo foi o PSDB que passou por cima de uma decisão do governo federal, desta vez a responsabilidade é do próprio governo Dilma de garantir que o acordo firmado na reunião do dia 27 de fevereiro, realizada dentro da comunidade com representantes do próprio governo, parlamentares e movimentos sociais em que o governo federal, de em suspensão da ação de despejo por cinco meses, seja respeitado.

                A Marinha do Brasil não pode invadir o Quilombo dos Macacos sem a anuência da chefa maior das forças armadas brasileiras que é a própria presidenta. O governo do PT não pode dar prosseguimento a política que as oligarquias agrárias tem empreendido em nosso país desde o início do processo de colonização/escravidão quando enquadravam os quilombos como organização de ameaça a ordem estabelecida.

                  A Fundação Palmares e o INCRA até o momento não fizeram nada de efetivo para impedir os ataques a dignidade humana que Marinha do Brasil vem desde a década de 1970 praticando contra o os moradores do Quilombo do Rio dos Macacos que estão impedidos de pescar, plantar e até de receber alimentos doados por outras organizações sociais. Não basta ter secretárias como acessório simbólico de políticas raciais, já que em sua essência só tem contribuído para mascarar a política de limpeza étnica dos governos. Dados de agosto de 2010 divulgados pela Comissão Pró-Índio de São Paulo apontam que em oito anos de governo do PT foram tituladas apenas oito terras de quilombos, num total de 2.847 existentes. Uma por ano.

                Não é mais possível considerar como aliado um governo que ataca direitos históricos, políticos e sociais do povo negro e da classe trabalhadora de maneira geral.  Fazemos um chamamento a todos os movimentos sociais deste país para engrossar as fileiras de luta em defesa do Quilombo Rio dos Macacos.

                    Nesse momento é preciso que a história dos Malês e de todos os quilombolas deste país seja resgatada com exemplo de ousadia e luta contra a exploração e a opressão. Contra mais esse crime contra o povo negro, Somos Todos Quilombo do Rio dos Macacos.

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