Os estudantes chilenos, que protagonizaram uma forte mobilização em 2011 por educação pública, gratuita e de qualidade, estão de volta. Desta vez são os do ensino médio, que há duas semanas lideram nova luta marcada por repressão policial e que já culminou numa greve nacional nesta quinta-feira (23).
Protestos de rua foram o início de uma onda de ocupações e greves, principalmente em estabelecimentos mais tradicionais do estado que respondeu com forte repressão policial. Os jovens exigem um novo modelo educacional que reforce o sistema público.
Segundo matéria no El País, o movimento tem crescido de forma mais radical. Uma das principais líderes é Eloisa Gonzalez, porta-voz da Assembléia Coordenadora de Estudantes Secundários (ACES) que pediu um boicote às eleições municipais de outubro próximo e desafiou as autoridades e o presidente. “Nós iniciamos uma nova explosão social”, falou ao anunciar na segunda-feira a greve nacional desta quinta-feira.
Os estudantes da Universidade do Chile, a mais antiga do país, também paralisaram as atividades acadêmicas e ocuparam a universidade.
Em resposta a luta desses estudantes no ano passado, o governo ofereceu créditos mais baratos, mais bolsas de estudos e uma reforma tributária que está sendo discutida no Congresso, que procura arrecadar entre US$ 700 milhões e US$ 1 bilhão para a educação, mas nega as mudanças estruturais do sistema exigidas pelos estudantes. Por isso, a retomada da mobilização, além da reivindicação do fim do lucro existente em muitos centros particulares e dos altos custos das mensalidades, que devem pagar através de créditos do sistema financeiro.
Popularidade de cada um - A educação continua a ser uma das principais preocupações dos chilenos de acordo com a pesquisa do CEP (Centro de Estudos Públicos). O estudo indica que 12% da população acredita que o governo está atuando “muito bom e bom” na área da educação, e 57% acreditam que está atuando de forma “ruim e muito ruim.” A pesquisa revela que a confiança pública no movimento estudantil foi reduzida de 35% para 30% desde dezembro de 2011, mas a sua credibilidade é maior do que a do governo (23%), do Congresso (10%) e dos partidos políticos (6%).
O governo do presidente Sebastián Piñera, que tem sido marcado por essas mobilizações estudantis tem visto sua popularidade cair. Está em 27%, apesar do crescimento econômico de 5,5%, revela a pesquisa.
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