sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Estudantes chilenos voltam às ruas e exigem ensino público, gratuito e de qualidade

Os estudantes chilenos, que protagonizaram uma forte mobilização em 2011 por educação pública, gratuita e de qualidade, estão de volta. Desta vez são os do ensino médio, que há duas semanas lideram nova luta marcada por repressão policial e que já culminou numa greve nacional nesta quinta-feira (23).

Protestos de rua foram o início de uma onda de ocupações e greves, principalmente em estabelecimentos mais tradicionais do estado que respondeu com forte repressão policial. Os jovens exigem um novo modelo educacional que reforce o sistema público.

Segundo matéria no El País, o movimento tem crescido de forma mais radical. Uma das principais líderes é Eloisa Gonzalez, porta-voz da Assembléia Coordenadora de Estudantes Secundários (ACES) que pediu um boicote às eleições municipais de outubro próximo e desafiou as autoridades e o presidente. “Nós iniciamos uma nova explosão social”, falou ao anunciar na segunda-feira a greve nacional desta quinta-feira.

Os estudantes da Universidade do Chile, a mais antiga do país, também paralisaram as atividades acadêmicas e ocuparam a universidade.

Em resposta a luta desses estudantes no ano passado, o governo ofereceu créditos mais baratos, mais bolsas de estudos e uma reforma tributária que está sendo discutida no Congresso, que procura arrecadar entre US$ 700 milhões e US$ 1 bilhão para a educação, mas nega as mudanças estruturais do sistema exigidas pelos estudantes. Por isso, a retomada da mobilização, além da reivindicação do fim do lucro existente em muitos centros particulares e dos altos custos das mensalidades, que devem pagar através de créditos do sistema financeiro.

Popularidade de cada um - A educação continua a ser uma das principais preocupações dos chilenos de acordo com a pesquisa do CEP (Centro de Estudos Públicos). O estudo indica que 12% da população acredita que o governo está atuando “muito bom e bom” na área da educação, e 57% acreditam que está atuando de forma “ruim e muito ruim.” A pesquisa revela que a confiança pública no movimento estudantil foi reduzida de 35% para 30% desde dezembro de 2011, mas a sua credibilidade é maior do que a do governo (23%), do Congresso (10%) e dos partidos políticos (6%).

O governo do presidente Sebastián Piñera, que tem sido marcado por essas mobilizações estudantis tem visto sua popularidade cair. Está em 27%, apesar do crescimento econômico de 5,5%, revela a pesquisa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

E você, o que acha disso?
Dê sua opinião.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
observatoriodotrabalhador@gmail.com
Volta ao Topo
B