quinta-feira, 13 de setembro de 2012

África do Sul: Exército colocado em alerta máximo

Milhares de trabalhadores exigem aumentos
salariais tendo a tensão agravada pela morte
em Agosto de 44 pessoas na mina de Marikana
O Exército foi posto em “alerta máximo” na África do Sul, pela primeira vez desde o início da democracia, devido aos receios de contágio à instituição militar da tensão das últimas semanas no sector mineiro do país.

A decisão, noticiada pelo correspondente do diário espanhol “El Mundo” na África Austral, foi tomada depois de ser anunciado que o antigo líder juvenil do ANC (Congresso Nacional Africano), Julius Malema, tinha previsto um encontro com soldados de uma base militar. 
O ministro da Defesa emitiu na noite de terça-feira um comunicado em que diz que “a indisciplina no Exército é uma ameaça para o país”. Isto depois de apoiantes de Malema terem anunciado que este vai reunir-se com soldados para ouvir as suas “queixas e pedidos”.

“As intenções de Malema são claras. Ele quer a ingovernabilidade das minas, o que atinge a economia. O país não pode dar-se ao luxo de instabilidade semelhante nas Forças Armadas. O Exército é o garante da soberania e não permitiremos um jogo de futebol político com esta instituição”, disse o ministro Nosiviwe Ngakula.

Malema, antigo dirigente do partido no poder, do qual foi expulso este ano, tem também apelado aos mineiros para iniciarem uma greve geral em todo o país para conseguirem melhores salários e a demissão dos dirigentes do principal sindicato do sector. Mineiros da Amplats (Anglo American Platinum) estavam quarta-feira a bloquear com pneus, troncos de árvores e pedras as estradas da “cintura de platina”, à volta de Rustenburg, no Norte, segundo jornalistas da AFP, que constataram também o bloqueio do acesso à mina de Marikana. Milhares de outros trabalhadores da Amplats reuniram-se calmamente para exigirem aumentos salariais. A actual tensão na África do Sul foi agravada pela morte, em Agosto, na mina de Marikana, de 44 pessoas, dez em confrontos entre grupos sindicais e 34 abatidas pela polícia. O corpo de um outro manifestante foi encontrado no local por jornalistas na terça-feira, elevando para 45 o número de mortos.

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