quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Belém: Mulheres da construção civil ocupam seu espaço na greve da categoria

No terceiro dia de greve da construção civil de Belém, as mulheres da categoria se reuniram para avaliar suas pautas específicas, que estão na mesa de negociação, e para fortalecer o movimento geral do setor. Elas começaram a chegar ao sindicato às 6h da manhã, e muitas vieram nos piquetes das diversas regiões da capital, bem como de Ananindeua e Marituba, cidades também em greve.

Por volta das 9h30, as operárias se reuniram no auditório do sindicato, conduzidas pelas diretoras da entidade. A companheira Deuzinha, coordenadora geral do sindicato, parabenizou as mulheres por estarem aderindo ao movimento grevista e reforçou que a organização e a luta das mulheres na categoria vêm crescendo a cada dia. “Nunca se viu tantas mulheres participando da greve, e esta diretoria se orgulha de ter construído a secretaria de mulheres que impulsionou a nossa organização”, disse. E completou: “A nossa classificação vai ser conquistada com a força da nossa luta”.

Em seguida, a companheira Giselle Freitas, do Movimento Mulheres em Luta, saudou as companheiras e afirmou que as mulheres de outras categorias e estudantes apoiam a greve da construção civil e as reivindicações específicas das mulheres. Josiane Quemel, da CSP-Conlutas Pará, também esteve na reunião e confirmou o apoio da central a esta luta. Disse, ainda, que é cada vez maior o número de mulheres na construção civil, mas cresce também a exploração no canteiro de obras.

“A patronal recebe as mulheres no setor reforçando o machismo e a ideia de que somos inferiores e, por isso, recebemos menos”, falou Josiane. Ela também afirmou: “Não abrimos mão de lutar contra o assédio moral no local de trabalho e por salário igual para homens e mulheres”.

A companheira Maria do socorro, que ao longo dos 18 anos de trabalho na categoria ficou conhecida como Neguinha, demonstrou toda sua indignação com a proposta da patronal e a situação que vivem as mulheres nos canteiros de obra. “Tem empresa que paga R$ 160 na produção para as mulheres. Isso é um absurdo! Nós temos que lutar muito para mudar essa realidade”, disse.

A companheira Marcela Azevedo, do PSTU, afirmou que a construção civil é exemplo de luta para todo o país, assim como as mulheres da categoria. Ela finalizou colocando a candidatura do partido à disposição da luta da categoria:“Nós, do PSTU, estamos presente em todas as mobilizações da construção civil, e o companheiro Cleber Rabelo é expressão do que nós defendemos. Por isso, o seu mandato estará a serviço das lutas de todas as categorias de Belém”.

Ao final, as companheiras se juntaram ao conjunto dos trabalhadores entoando a palavra-de-ordem: “contra o assédio da patronal, homem e mulher tem que ter salário igual”. A pauta específica das mulheres na campanha salarial é por classificação e qualificação profissional, presença de pelo menos 10% de mulheres por empresa, licença-maternidade de seis meses e creches nos locais de trabalho. Até o momento, a patronal não apresentou nenhuma proposta para a pauta das operárias.

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