quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Entenda a Luta dos Bancários: O Exemplo do BNB


A greve no BNB(*) é só por questões econômicas?


Iniciamos mais uma greve nacional da categoria bancária e novamente ouvimos a imprensa dizer que “os bancários estão em greve por melhores salários”. A maioria da imprensa, a serviço do capital econômico, busca reduzir a greve nacional dos bancários a questões unicamente econômicas. Se nem nos bancos privados esta afirmação é verdadeira – pois questões como a saúde dos bancários, melhores condições de trabalho, segurança bancaria, aumento do número de funcionários para melhorar o atendimento, dentre tantas outras – estão na ordem do dia, nos bancos públicos e no BNB em especial, as cláusulas econômicas estão lado a lado a outras reivindicações prioritárias. Isto não quer dizer que não lutamos pelo reajuste, mas fazer uma grave nacional para sair de 6% oferecido para chegar a 10,25% solicitado, não parece ser muito para uma luta tão grande. 
 
Explico melhor: se defendemos um reajuste com ganho real de salário, deveríamos ter incluído na minuta nacional uma proposta bem superior a esta dos 10,25%. Infelizmente as propostas apresentadas no encontro nacional dos bancários que solicitavam uma índice de reajuste maior foram derrotadas, o que me parece um contradição, pois estamos no setor que mais ganhou e ganha no mundo, o setor bancário, que tem condições de pagar muito mais que este 10,25% - basta ver os fabulosos lucros que a cada semestre o setor divulga. Mas estes problemas na organização da categoria é sério, que merece uma análise detalhada num outro momento.
 
Quero me ater aqui a questão do BNB. Devemos lutar pelas cláusulas econômicas? Mas é claro que SIM. Devemos nos juntar aos demais bancários para engrossar as fileiras para termos um bom reajuste, uma gorda PLR e demais clausulas econômicas. Mas vamos fazer uma greve forte, nacional, e lutar só por isso? E sobre a isonomia? O pagamento das horas extras trabalhadas e a implantação do ponto eletrônico? E a reestruturação das agências e direção geral? E a revisão do PCR e plano de função? E o concurso público com a entrada de novos funcionários? E a aposentadoria digna para todos? E o pagamento dos passivos trabalhistas? E o fortalecimento do BNB como banco de desenvolvimento? Se amanhã os banqueiros oferecerem os 10,25%, vai acabar a greve no BNB?
 
Colegas, é na campanha salarial que devemos exigir nossos direitos. Não adianta acabar a greve e ir para a mesa permanente e ficar só discutindo sem chegar a lugar nenhum. A hora de lutar por nossos direitos é AGORA, na nossa data base. Devemos ter a coragem de exigir nossos direitos, parar totalmente as unidades em todo o Banco, não só nas agências, mas em todas as centrais, superintendências e direção geral. Muitas de nossas propostas a direção do Banco pode acatar, sem precisar passar por DEST ou algum ministério.
 
Ligue para seus colegas, participe das assembleias, fortaleça seu sindicato e a AFBNB. É hora de construir uma greve forte, exigir do Banco uma decisão positiva sobre nossa minuta específica e não ficar protelando com nossos direitos.

VAMOS TODOS À LUTA! 
É A NOSSA PARTICIPAÇÃO QUE GARANTE NOSSOS DIREITOS!!!
 
Autor: Waldenir Sidney Fagundes Britto, diretor da AFBNB e da Federação BA-SE
Fonte: AFBNB e FEEB/BA-SE

(*) BNB : Banco do Nordeste do Brasil

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