A Braskem completou em agosto passado 10 anos de existência. Durante esse período houve grandes mudanças no setor petroquímico brasileiro, com destaque para a Braskem que conseguiu obter o monopólio do mercado.
Em tão pouco tempo de surgimento a Braskem está rindo à toa. Já os trabalhadores não têm o que comemorar. De uma empresa sem muita expressão na petroquímica nacional, ela passou a dominar o setor com uma fúria incontrolável.
Com a ajuda “amiga” de sucessivos governos, particularmente do governo Lula, a empresa tanto contou com fartos recursos do BNDES, quanto com o apoio incondicional para massacrar a concorrência. Aos poucos empresas concorrentes como Ipiranga, Suzano Petroquímica, Quattor e até mesmo o grupo Ultra foram destroçados para favorecer a Odebrecht.
Numa rapidez incomum, o grupo Odebrecht no período de 2001 a 2010 “abocanhou” tudo que viu pela frente. O grupo que já tinha unidades em AL, BA, RS, SP e RJ ampliou seu raio de ação com a aquisição da Copene. Depois em parceria com a Petrobrás e grupo Ultra assumiu o controle da Copesul e Ipiranga Petroquímica, passando a deter 70% do setor. Em seguida, com a incorporação da Triunfo em 2010 e compra da Quattor, a Odebrecht garantiu para si um dos mercados mais concentrados do mundo, ficando com 100% no ramo do negócio petroquímico.
Cobiça sem escrúpulos
Desde as polêmicas privatizações do governo Collor, a Odebrecht adotou uma política sem escrúpulos a fim de ampliar seus negócios. Tal postura não se restringiu ao segmento petroquímico, mas também se expandiu para o modelo de gestão da empresa.
Nesses 10 anos de Braskem, milhares de trabalhadores perderam seus empregos, direitos e conquistas. Em Alagoas, por exemplo, existia aproximadamente 1700 operários diretos, hoje temos apenas cerca de 520.
Houve ainda uma terceirização selvagem, precarização das condições de trabalho, achatamento dos salários e anulação dos planos de previdência. Como se isso não bastasse, o assédio moral e as atitudes antissindicais são instrumentos usados para inibir a luta e organização dos trabalhadores.
É claro que o monopólio privado da Braskem, além de gerar reflexos negativos para os trabalhadores, também tem causado impactos para a sociedade. Houve redução de impostos em alguns estados onde a empresa atua e subida dos preços dos produtos. A empresa fica com a faca e o queijo na mão para determinar os preços dos produtos como da matéria-prima, ficando o mercado à mercê dos seus interesses.
Não restam dúvidas de que a Braskem foi e está sendo frequentemente privilegiada. Enquanto isso, os trabalhadores e a sociedade têm recebido um legado pesado proveniente do “êxito” da Braskem, forjado pelos incentivos generosos dados pelos governos.
Fonte: http://sindipetroalse.org.br
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