quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Transexual da UnB poderá usar nome social

Universidade dá a aluno que foi discriminado o direito de ser chamado como escolheu.

Quando nasceu, Marcelo Caetano Zoby, 22, recebeu um nome que passou a rejeitar anos depois, pois nunca se sentiu uma mulher. Marcelo é transexual e sempre teve a identidade de gênero respeitada por amigos e familiares, mas enfrenta o preconceito rotineiramente quando tenta usar o chamado ‘nome social’ publicamente.

Logo após ser aprovado no vestibular da Universidade de Brasília para o curso de Ciência Política, no início do ano, ele fez um pedido oficial à instituição para usar, nos documentos internos, como listas de chamada, crachás e carteirinha de estudante, o nome que adotou. A resposta foi positiva, mas só saiu nove meses depois, após decisão unânime do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UnB, tomada na última semana.

A burocracia e os três meses de greve que a universidade enfrentou este ano atrasaram o processo e a vida acadêmica do estudante. “Eu pedi aos professores que usassem meu nome social, mas alguns se negaram”, conta. Quando era chamado pelo nome de batismo, que prefere não revelar, Marcelo, constrangido, não atendia.

As faltas foram se acumulando e, para não ser reprovado, ele abandonou quatro das sete disciplinas que estava cursando no semestre. “Agora, depois da conquista, vou correr atrás do prejuízo. Tenho feito isso ao longo da minha vida.” Antes de estudar na UnB, Marcelo cursou Direito na Universidade Federal do Paraná, onde não teve problemas com identidade de gênero, porque outro aluno já havia percorrido o ‘caminho das pedras’.

“Por isso fiz o pedido em caráter geral. Agora, a decisão valerá para todos que se sentirem como eu”, comemora. A decisão não engloba documentos públicos, como histórico escolar e diploma, pois a legislação brasileira não prevê a adoção do nome social. “Mas já há um projeto de lei no Congresso prevendo esse direito. Sigo sonhando com o dia em que virar realidade.” 

Um comentário:

  1. Isso não é nenhuma novidade. É direito de todos/as em instituições federais de ensino e nas instituições públicas estaduais do Rio de Janeiro.

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