2012 - Senado do Paraguai destitui o presidente Fernando Lugo
Entre as razões apontadas pelos paralamentares que
entraram com o pedido de impeachment estão a ligação de Lugo com movimentos
sociais atuantes no campo e o conflito ocorrido em uma fazenda no
Nordeste do país, no qual morreram 17 pessoas. “Os acontecimentos trágicos não
podem ser caractrizados como um mau desempenho do presidente”, declarou o
advogado Adolfo Ferreiro, um dos que representaram Lugo em sua defesa no
Senado.
Lugo é acusado de instigar a invasão de terras no país. Os
deputados também o acusam de submeter as forças de segurança a ordens dos
movimentos sociais. Com isso, os parlamentares dizem que o presidente é incapaz
de conter uma onda de violência no país.
2010 – Relembrando
Em meados de agosto o Serviço Nacional de Qualidade e
Sanidade Vegetal e de Sementes (Senave) do governo paraguaio iniciou uma série
de ações de fiscalização e destruição de lavouras ilegais de milho transgênico
no país.
A primeira ação se deu numa propriedade no estado de Alto Paraná, onde foram destruídos
As ações continuaram ao longo da semana, resultando na
destruição de mais de 100
hectares de milho ilegal.
Miguel Lovera
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A reação veio a galope. Logo foram publicadas
reportagens com manifestos indignados de representantes do agronegócio
paraguaio, criticando as ações e chamando de retrógrado o presidente do órgão,
Miguel Lovera.
Alfredo Jaeggl
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No auge dos protestos, por iniciativa do senador liberal
Alfredo Jaeggli, o Senado paraguaio aprovou uma declaração ao Poder Executivo
instando-o “a paralisar as intervenções do Senave com relação ao milho
transgênico até que se atualize a normativa atual, conforme o desenvolvimento
científico do produto” (em outras palavras, “até que o governo libere
definitivamente o milho transgênico”).
Do outro lado, organizações camponesas também se
manifestaram, prestando apoio ao Senave, argumentando quanto aos riscos do
consumo do produto e em defesa da semente nativa. Pediram ainda que se declare
“emergência fitossanitária” pelo descumprimento da legislação que proíbe
expressamente o milho transgênico.
Em 28 de agosto, em seguida à manifestação do Senado,
Lovera foi a público declarar que o órgão prosseguiria com a fiscalização e a
destruição do milho ilegal. A declaração foi feita numa coletiva de imprensa
logo depois de Lovera ter-se reunido com o presidente Fernando Lugo. Segundo
Lovera, o presidente apoia o trabalho realizado pelo Senave e recomendou que
ele “siga cumprindo a lei”, como fez até o momento.
A legislação paraguaia permite o cultivo de algumas
variedades de soja transgênica, mas não de milho. Recentemente, entretanto, o
Ministério da Agricultura do país publicou uma resolução declarando ser de
interesse estratégico a experimentação com sementes de milho transgênico em
território paraguaio, o que aconteceria sob a supervisão do Instituto Paraguaio
de Tecnologia Agrária.
Esta semana, a Aliança pela Biodiversidade na América
Latina e a Rede por uma América Latina Livre de Transgênicos enviaram uma carta
aberta ao ministro da agricultura paraguaio, Enzo Cardozo, expressando profunda
preocupação com relação à decisão, uma vez que existe vasta informação científica
demonstrando que, após a introdução destas variedades no campo, torna-se
impossível deter a contaminação genética das variedades convencionais, crioulas
e tradicionais de milho, uma vez que trata-se de uma espécie de polinização
aberta.
Nós brasileiros conhecemos bem esta história da “criação
do fato consumado” e podemos imaginar as pressões que o governo do Paraguai
está sofrendo no sentido de atropelar as avaliações de biossegurança e
autorizar “na marra” as variedades transgênicas de milho.
2010
ASSUNÇÃO, Paraguai - "Em qualquer país civilizado
moderadamente se você pulverizar seus pesticidas sobre as pessoas, você
basicamente irá para a cadeia", disse Miguel Lovera, chefe da agência do
Paraguai aplicação agrícola. "Neste país que não era o caso. Ela ainda
pode ser o caso em muitos lugares no país que podem ser de pulverização em
lugares errados, nas pessoas erradas, nos animais errados - mas nós estamos lá
fora, para pôr fim a esta situação ".
Lovera está debaixo de fogo para a destruição da agência
de 44 hectares
de milho transgénico que estavam sendo cultivadas ilegalmente. Soja transgênica
é atualmente a principal exportação do país, e vastas áreas da zona rural foram
derrubadas pelos proprietários estrangeiros para abrir caminho para a cultura controversa,
mas até agora a soja transgênica é o único permitido para a produção.
Fonte: The esperanza project
2011- MONSANTO
Com um território pouco maior que o estado do Mato Grosso
do Sul e uma área agricultável de 850 mil hectares, o Paraguai é o maior
cliente da Monsanto do Brasil e recebeu, apenas em 2011, mais de 177 mil sacas
de milho em 41 processos de exportação.
Líder de Negócios da
Monsanto no Paraguai
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“O Paraguai se encaminha rapidamente em direção à
biotecnologia e vai ficar atrativo não só para a Monsanto, mas para todas as
companhias de milho. Aumentar nossa presença hoje, com a ajuda dos híbridos
brasileiros, pode ser determinante para continuarmos crescendo e ganhando
participação”, explica Pablo de La Fuente, líder de Negócios da Monsanto no
Paraguai. O executivo lembra que o excelente volume exportado para o país se
deu por conta da qualidade do portfólio brasileiro e à semelhança com clima e
solo da região do Paraná.
Com o apoio do resultado obtido com a comercialização dos produtos brasileiros, que chegam ao Paraguai por vias terrestres, o país inaugurou seu primeiro Centro de Distribuição. “Agora podemos receber as sementes em menos tempo, evitando o congestionamento do fim de ano nas alfândegas e garantindo a entrada mais rápida nas nossas lavouras”, cita de La Fuente.
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