Em tempos de crise, Governo, patrões, sindicatos e trabalhadores preparam-se para um embate de consequências ainda imprevisíveis em torno do aumento salarial.
A 17 de Setembro, os sindicatos iniciam a uma série de discussões que «visam repor o poder de compra dos trabalhadores das empresas públicas e privadas».
Desde Janeiro, nem o Estado, nem as empresas privadas avançaram com a actualização dos salários, o que é denunciado pelos sindicatos.
«O acordo estabelecido em sede de Concertação Social, que determinou a actualização anual dos salários da Função Pública de acordo com a inflação, está a ser violado», disse o Presidente do Sindicato da Indústria, Serviços, Comércio, Agricultura e Pesca.
Julião Varela perspectiva negociações difíceis porque, apesar do novo PCCS prever melhorias salariais, o Governo alega falta de espaço fiscal para actualizar o vencimento e implementar o plano.
Do lado das empresas, o silêncio é total e, ao que soube a PNN, nem as instituições públicas estão dispostas a avançar com aumentos neste ano de crise, em que enfrentam sérias dificuldades para garantirem o salário.
O economista Paulo Lima não perspectiva negociações tranquilas e admite consequências imprevisíveis que podem ir desde greve de zelo a manifestações de rua, com posições bem díspares entre patronato e sindicatos.
«A situação do país é muito difícil, apesar do discurso do Governo ser demasiado optimista e a situação das empresas quase insuportável, com a maioria delas a fazer cortes, principalmente nos investimentos, para assegurar o pagamento dos salários», diz Paulo Lima.
O especialista acredita ser improvável qualquer cedência por parte do patronato «sob o risco de se provocar um desequilíbrio nas contas das empresas, com consequências, a curto prazo, no pagamento dos salários».
Entretanto, os sindicatos consideram que «os trabalhadores não podem pagar sozinhos a crise» e diz esperar que «o Governo e o patronato tenham em conta que, sem a reposição do poder de compra dos trabalhadores, eles serão obrigados a fazer sacrifícios enormes no consumo, o que provocará redução de dinheiro na economia».
Por isso, os sindicatos entendem que o mais «prudente» seria o executivo repor o poder de compra dos trabalhadores, perdido em 2010 e 2011, em função da inflação registada.
Fonte: PNN Portuguese News Network
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