sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Chineses investem em mineração na África

Grupo chinês Jinan Yuxiao vai explorar zircónio e titânio na Zambêzia


Moçambique está a viver um aumento da actividade mineira sem precedentes na sua história e o grupo chinês Jinan Yuxiao é dos mais activos no terreno, procurando beneficiar das oportunidades existentes.

A Africa Great Wall Mining, subsidiária do grupo, obteve do governo moçambicano, no final de Julho, uma licença de prospecção de zircónio e titânio (na imagem), aquela que é a terceira licença mineira obtida por empresas chinesas em Moçambique, de acordo com o Departamento Económico e Comercial da Embaixada da China em Moçambique.

A licença, segundo a mesma fonte, abrange a maior área concessionada pelo Ministério dos Recursos Minerais de Moçambique para prospecção de minérios.

A mina localiza-se na província de Zambeze, perto do porto de Quelimane, com uma área total de 231 quilómetros quadrados, abrangendo as zonas de Chinde, Inhassuge e Nicoadala, incorporando uma zona de costa com 50 quilómetros.

O grupo Yuxiao detém ainda uma sociedade com o empresário Chuanyou Cong, com participações de 80 e 20% respectivamente, a Africa Yuxiao Mining Development Company, que foi registada em Moçambique em 2008 e dedica-se nomeadamente a actividades de pesquisa e exploração de recursos minerais, incluindo o processamento industrial.

A sociedade procurava desde 2009 assegurar a prospecção e pesquisa de ilmenite, titânio e outros minérios no distrito de Inharrime, província de Inhambane, sul de Moçambique.

Para além do distrito de Moma, zona costeira da província de Nampula, há ocorrência de areias pesadas em outros pontos de Moçambique, sendo de destacar o distrito de Chibuto.

Estas, no entanto, não têm valor comercial, o que ditou o afastamento de alguns investidores como a BHP Billiton, empresa que controla a Limpopo Corridor Sands.

Em Moma, concretamente em Topuito, a irlandesa Kenmare Resources explora o depósito de Namalope, que contém 21 milhões de toneladas de concentrado de minerais pesados, tendo também identificado um outro depósito com um potencial de 140 milhões de toneladas.

Já antes de assegurar a concessão agora atribuída, a Africa Great Wall Mining obteve do governo de Moçambique autorização para construir uma fábrica de cimento em Magude, a par de outras empresas como a Cimentos da Beira (Sofala), S and S Cimento (Matola), e China Mozambique – Cement and Mining Development (Cheringoma).

De acordo com a Economist Intelligence Unit, Moçambique deverá receber nos próximos anos investimentos avaliados em 90 mil milhões de dólares para projectos nos sectores energético e mineiro, cerca de sete vezes o valor actual da economia do país.

Do valor de investimento, que inclui projectos em curso ou nas fases iniciais, perto de 21 mil milhões de dólares destinam-se à geração de energia e 68 mil milhões ao desenvolvimento de gás natural na província de Cabo Delgado, incluindo 18 mil milhões de dólares da norte-americana Anadarko Petroleum e 50 mil milhões da italiana ENI.

“O montante de investimento é enorme para Moçambique ou para qualquer outra economia”, adianta o relatório.

Embora alguns dos projectos não tenham ainda um calendário preciso, espera-se que a maioria avance nos próximos 10 anos.

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