Não se deixaram derrotar
Nesta terça-feira chegou ao fim a greve dos mineiros da empresa produtora de platina Lonmin, em Marikana, que durava desde 10 de agosto. Palco de um brutal massacre em agosto e deu origem a 45 mortes e várias dezenas de feridos.
Reunidos ao redor da entrada de uma mina de platina a cerca de 100 quilômetros de Johanesburgo, os mineiros foram informados da oferta que representa um aumento de 22% no salário. A Lonmin emprega 28.000 pessoas e é a terceira maior produtora do mundo de platina
Outra grande empresa da área também afetada pela greve, a Anglo American Platinum, afirmou que havia retomado suas operações em Rustenburgo, após operários aceitarem novas condições de trabalho
A onda de greves que se alastrou por um dos principais setores da economia da África do Sul chegou a influenciar a cotação da moeda local, o rand, no mercado mundial. Vários investidores estrangeiros retiraram, inclusive, um grande número de ações das empresas envolvidas na briga por melhores salários.
O saldo final do conflito que durou seis semanas foi de 45 mortes, além de uma nova disputa política entre o presidente Jacob Zuma, do histórico partido do Congresso Nacional Africano, e o populista radical Julius Malema, um dos principais apoiadores dos sindicatos que entraram em greve.
Presidente defende massacre
O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, defendeu ontem (17) intervenção policial para "estabilizar a situação" em Marikana, no Noroeste do país, onde, no mês passado, 34 mineiros morreram durante confronto policial. Os embates foram considerados os mais violentos do país desde o fim do apartheid (regime de segregação racial), em 1994. O presidente alertou sobre os eventuais danos econômicos provocados pelas greves.
Ao discursar na abertura do congresso da maior central sindical do país, a Cosatu, Zuma criticou os que condenaram as operações policiais nas áreas em que houve o confronto. Segundo o presidente, aqueles que compararam o episódio ao período do apartheid foram “irresponsáveis e oportunistas”.
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