terça-feira, 7 de agosto de 2012

Paraná: Por uma “Curitiba dos trabalhadores”


Avanilson Araújo: redução de salários de prefeito e vereadores
(foto: Valquir Aureliano)
Plano de governo de Avanilson Araújo aponta desigualdade como principal problema da cidade 
Existem duas Curitibas, uma rica, de primeiro mundo, concentrada na região Central e bairros próximos; outra pobre, desamparada, que convive com a falta de serviços básicos de saúde e educação. Romper com essa dicotomia estabelecendo um governo voltado para a população carente através do combate às desigualdades sociais é o que propõe o plano de governo do candidato do PSTU à prefeitura, o advogado Avanilson Araújo.

Dinheiro não falta, garante o partido, lembrando que entre 2002 e 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) – soma das riquezas produzidas na cidade – cresceu 48%. Apesar disso, a capital paranaense figura ainda como a quinta cidade mais desigual do País e a 17ª do mundo. A culpa, na avaliação da legenda que se diz legitimamente socialista, é a concentração de renda provocada pelas políticas de favorecimento de grandes grupos econômicos praticada pelas sucessivas administrações da cidade “modelo”. 


A prova dessa divisão está nos dados oficiais do IBGE, que apontam que a média de renda de um morador do Batel, por exemplo, é de mais de R$ 10 mil mensais, enquanto a de um bairro como o de São Miguel, na CIC, é de R$ 826,78. Mesmo assim, aponta a legenda, são os bairros ricos que continuam sendo prioridade nos investimentos da prefeitura, o que pode ser constatado pela notícia de que a atual administração pretende investir R$ 28,5 milhões na reforma das calçadas do Batel, enquanto 75 mil famílias aguardam na fila da Cohab para ter acesso a moradia. 
Na avaliação do PSTU, os candidatos dos partidos tradicionais, cujas campanhas são financiadas por grandes grupos econômicos, manterão esse tipo de política discriminatória. Por isso, cabe aos trabalhadores buscarem candidatos comprometidos com a redução das desigualdades. “É preciso ter independência política e financeira para se governar para os trabalhadores”, prega a legenda. 



Advogado que já atuou para o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e assessora movimentos populares e sindicais, Avanilson Araújo se apresenta como tendo esse perfil. “O programa que iremos defender é diferente de todos os outros partidos pois o PSTU não tem o rabo preso com nenhum grupo econômico e empresarial. Não receberemos um centavo sequer de qualquer empreiteira, construtora, latifundiário ou banqueiro”, explica seu programa. 



No plano das propostas, o PSTU promete realizar uma auditoria da dívida pública de Curitiba, para diagnosticar o que já foi pago e suspender o pagamento aos grandes credores. Com o dinheiro que seria economizado, investir em um programa de obras públicas e asfalto e infraestrutura nos bairros mais carentes. O partido prega ainda o fim da terceirização dos serviços de saúde, e a contratação de médicos e profissionais para a área. A abertura das contas das empresas do transporte coletivo e a suspensão dos contratos, além da estatização do serviço, com redução de tarifas e ampliação do número de veículos. O programa prevê ainda a construção de um metrô estatal, com “passagem barata e controle popular”. 



Em relação ao combate a corrupção, a legenda radicaliza ainda mais, se propondo a promover o confisco de bens de vereadores envolvidos nas denúncias de desvio de recursos do Legislativo. E aí sobra inclusive para os partidos de esquerda ou de oposição. “Nem mesmo a oposição liderada pelo PT ou PV teve qualquer iniciativa para que o dinheiro da corrupção fosse devolvido e para que os corruptos fossem punidos”, avalia a sigla. 



Para enfrentar o problema, o PSTU propõe a redução dos salários dos vereadores e do prefeito ao equivalente ao salário médio do trabalhador curitibano, de cerca de R$ 2 mil mensais; fim do financiamento privado de campanhas; e revogação de mandatos pelo voto popular. 


AS POLÊMICAS PROPOSTAS DO PSTU
• Auditoria da dívida pública de Curitiba, com suspensão de pagamento de grandes credores e investimento do dinheiro em obras nos bairros mais pobres; 
• Redução dos salários dos vereadores e do prefeito ao equivalente ao salário médio do trabalhador curitibano, de cerca de R$ 2 mil mensais; 
• Confisco dos bens dos vereadores envolvidos em denúncias de desvio de dinheiro da Câmara Municipal; 
• Estatização do transporte coletivo;
• Fim dos contratos de terceirização dos serviços de saúde; 
• Destinação de 6% do orçamento para a construção de 9 mil moradias populares ao ano; 
• Suspensão de todos os despejos e remoções forçadas; 
• Fim das UPSs (Unidades Paraná Seguro) e substituição por programas sociais nos bairros;
• Expulsão da Guarda Municipal de integrantes de grupos de extrema direita; 
• Licença maternidade de seis meses; 
• Aborto legal, seguro e gratuito; 
• Fim da exigência de autorização do marido para realização de “ligadura”
• Criminalização da homofobia;

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