FUP significa federação única dos petroleiros. Foi criada
em um momento de luta há anos atrás, quando os trabalhadores sentiram a
necessidade de uma organização para lutar.
Se a FUP Foi feita para a luta então porque nos desfiliamos dela?
Com o passar do tempo a FUP
foi se cristalizando e se afastando de suas bases e do interesse dos
trabalhadores. Foram criados mecanismos para se tornar impossível a intervenção
das bases na direção. Sua cúpula passou negociar com a direção sobre como implantar
as medidas da empresa sobre os trabalhador e não a conduzir lutas
contra estas medidas.
Mas não seria mais correto mudar a FUP em vez de sair dela?
Sim, claro, e seguimos esse
caminho por longos anos. Nos mobilizamos, elegemos delegados para os congressos
e mesmo sabendo de irregularidades em várias bases nas escolhas de delegados
conseguimos fazer assembléias e levar os nossos. Em Junho de 2004 estávamos
presentes em minoria na direção da FUP. Lá dentro porém ficou claro o papel da
FUP junto à empresa. A nossa recusa à apoiar a repactuação e apoio
incondicional aos companheiros aposentados levou a Maioria da direção, composta
por pessoas ligadas à mesma corrente político-ideológica do governo e da
direção da empresa, a votarem nossa cassação.
Mas foi "só isso" ?
Não, não foi. A partir de 1997 a empresa começou um
processo de retiradas de direitos da categoria. Os funcionários que entrassem
não teriam mais Anuênio, Complemento das Férias ou Plano Petros entre outras
coisas. A FUP ficou ao lado da empresa e não nos ajudou a conduzir a luta.
Alguns sindicatos e oposições nos apoiaram desde o primeiro momento, assim como
aposentados (que sempre estiveram ao nosso lado) e grande parte da Ativa.
Quando não deu mais para lutar contra a FUP passou a dizer que nos apoiava, mas
criou uma isonomia parcial que a cada vitória nossa dizia já ter sido alcançada
e tentava nos levar a parar por ali mesmo.
Mas isso não é radicalismo?
Radicalismo foi a FUP, a convite da empresa,
mandar representantes seus para percorrer todas as bases da Petrobrás para
convencer os trabalhadores a entregarem seus direitos e caírem no mar das
incertezas através da repactuação sem explicar devidamente os riscos
associados. Hoje o temos centenas de ações buscando a
"desrepactuação".
Radicalismo foi um representante da FUP alegar
que os novos funcionários não deveriam ter direito ao Plano Petros I, pois caso
este morresse teria direito o mesmo direito que os mais antigos. (Vai que algum
espertinho já entre pensando em morrer....)
Radicalismo é não fazer assembléias, e quando
muito deixar para fazer apenas para referendar a "proposta final" do
RH da empresa. Já houve momentos em que mesmo com a indicação da FUP de
aceitação defendemos a rejeição. Um dos diretores veio a nós e pediu que
aprovássemos pois "já estava combinado com o RH desde a última mesa de
negociação, se vocês aprovarem nós perderemos a confiança do RH".
Radicalismo é cassar aqueles que trazem
propostas das bases que vão contra os interesses da empresa.
E a FNP?
A FNP é a Frente Nacional dos Petroleiros.
Todos aqueles que estavam insatisfeitos e cansados de remar contra a maré
patronal da FUP resolveram iniciar um diálogo na busca de uma nova unidade dos
trabalhadores. Ela já existe e está em pleno processo de fortalecimento.
Contando com pleno apoio do Sindipetro-RJ ela é composta atualmente
sindicatos e oposições em todo o Brasil. Os trabalhadores aos poucos estão
percebendo nosso trabalho e o sinal disso foi a votação expressiva que a
oposição do norte fluminense obteve.
Quem são os sindicatos que estão ao lado
da FNP?
Claro que é, a buscamos constantemente. Em todas as negociações pedimos mesa única para unirmos as forças. A FUP nunca aceita. Na greve da PLR chamamos a FUP para lutarmos, a entidade informou que já estava indicando aprovação e correu com as assembléias. Eles não esperavam é que as bases da FNP rejeitassem e optassem pela paralisação. Chamamos então uma greve conjunta. A FUP não aceitou, mas várias bases suas ignoraram isso e tivemos um movimento de trabalhadores de todo o país querendo novas assembléias para rejeitar também e seguir lutando. Conquistamos alguns avanços mas junto com a empresa a FUP começou a minar o movimento. Mas ali mostramos quem está na luta e segue a vontade das assembléias.
Houve uma série de assembléias em todas as bases envolvidas e um plebiscito. Por ampla maioria nos desligamos da FUP e decidimos seguir no apoio à FNP.
Bom, os motivos são vários e entre eles podemos citar a contínua precarização de nosso trabalho e ataques aos nossos direitos. Enquanto os trabalhadores querem resistir mantendo seus avanços a FUP tem como missão "negociar" estas retiradas com as bases para facilitar o processo com a empresa, como foi na repactuação e na nossa busca por isonomia.
Sem contar que havendo líderes sem representação nas bases a simples eleição de delegados para compor a direção da FUP permitiria que estes pudessem seguir dispensados do trabalho, mesmo que de maneira artificial e contra os interesses dos trabalhadores.
A FNP está ao lado dos trabalhadores e junto com estes busca defender a empresa com unhas e dentes. Basta ver a campanha "O petróleo tem que ser nosso", onde na luta contra os leilões do governo de nossas áreas produtivas e pesquisadas pela Petrobrás diretores nossos foram reprimidos, apanharam e foram presos e hospitalizados. A FUP preferiu ficar olhando de longe e fingir que não sabia do que se tratava.
Somos
contra a atual direção da empresa e de sua subserviência aos acionistas. Somos
contra estas políticas de RH que prejudicam os trabalhadores. Somos contra os
leilões e lutamos pela renacionalização da Petrobrás e de nosso petróleo. Somos
contra o desrespeito aos nossos colegas petroleiros contratados. E contra os
ataques aos companheiros aposentados que lutaram para construir esta
empresa.
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