O
jornal britânico The Guardian revelou que uma correspondente da rede CNN, Amber
Lyon, foi demitida de seu emprego depois de fazer um documentário de uma hora e
meia sobre a situação no Bahrein. Ela se recusou a aceitar as pressões da rede
e do governo do Bahrein para mudar algumas passagens e adicionar outras,
conseqüentemente Lyon foi demitida.
Em
sua conta no Twitter, a jornalista relatou as pressões da rede para alterar o
conteúdo do documentário. Ela disse, entre outras coisas, que a maioria dos
ativistas entrevistados foram detidos pelas autoridades, incluindo Nabil Rajab
e um médico.
Na
verdade, Lyons e sua equipe de dois jornalistas e fotógrafos foram presos em
março de 2011. "Nos confiscaram a câmera à força e nos interrogaram",
disse ela.
"No
dia seguinte à nossa detenção, a imprensa do Bahrein emitiu uma informação me
acusando de ter mentido em meu documentário. Foi então que me dei conte de como
o governo do Bahrein está disposto a mentir. E compreendi também a necessidade
de denunciar o regime, sua repressão contra o povo e os ativistas presos
", disse ela.
Amber
acrescentou que em seu retorno aos EUA ficou surpresa com a rejeição da CNN
para transmitir o documentário, cuja realização custou US$ 100.000 e inclui
testemunhos de familiares de militantes torturados e imagens claras sobre os
disparos das forças de segurança contra os revolucionários .
De
acordo com o artigo do The Guardian, a jornalista relatou diretamente à CNN as
circunstâncias de sua prisão pelo governo do Bahrein e denunciou seus crimes.
Ela supõe entre outras coisas, que o regime do país do Golfo se queixou à
direção da CNN sobre sua cobertura da mídia.
CNN
também pediu para adicionar informações falsas em seu documentário como a que o
ministro das Relações Exteriores do Bahrein teria pedido para que não abrissem
fogo contra manifestantes e que o ativista Rajab Nabil teria fabricado fotos
falsas de supostos ferimentos causados aos manifestantes.
Em
sua conta no Twitter, Amber Lyon conclui: "As ameaças da rede CNN não me
assustam. Eles estão tentando me calar. Eu escolhi a profissão do jornalismo
para dizer a verdade e não para ocultá-la."
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